A ascensão da liderança feminina é uma consequência da luta pela igualdade de género e pela superação de séculos de discriminação. As mulheres têm provado repetidamente que são tão capazes quanto os homens em ocupar posições de liderança em todas as esferas da sociedade. Seja no mundo empresarial, na política, na ciência ou nas artes, a presença feminina tem sido fundamental para impulsionar o progresso e a inovação.
Um dos traços distintivos da liderança feminina é a empatia e a capacidade para uma comunicação inclusiva. As mulheres líderes adotam uma abordagem mais colaborativa, escutam as vozes de todos os envolvidos e tendem a valorizar diferentes perspectivas. Essa característica é particularmente relevante ao abordar o fenómeno do "mansplaining". Pode nunca ter ouvido falar em mansplaining, mas caso seja mulher, é bem provável que já tenha passado por ele.
O termo mansplaining tornou-se popular pela jornalista norte-americana Rebecca Solnit com o seu livro: "Men Explain Things to Me" - para descrever a prática na qual homens explicam de uma forma ora condescendente ou presumida ou até demasiado simplificada (e em alguns casos com informações erradas e/ou inventadas), os temas às mulheres, mesmo quando estas são experts no tema em questão. Esse comportamento pode ser subtil ou explícito, mas tem como base a suposição de que as mulheres são menos competentes ou menos informadas que os homens.
As mulheres que sofrem mansplaining podem começar a duvidar das suas capacidades, a partir do momento em que as suas opiniões não são ouvidas ou valorizadas. Nas situações laborais em que ocorre o mansplaining, as mulheres são frequentemente excluídas do processo de tomada de decisão e do desenvolvimento de soluções inovadoras, e podem inclusivamente perder a oportunidade de exercer cargos mais importantes ou de liderança.
O recente filme da Barbie (2023) dirigido por Greta Gerwig, é um exemplo de uma obra cinematográfica que aborda o tema do mansplaining. Em algumas das cenas, as personagens Barbies solicitam aos Kens uma explicação aparentemente óbvia, para algo como segurar uma raquete ou explicar o enredo de um filme. Apesar das cenas serem carregadas de humor, na verdade o mansplaining reforça estereótipos de género que são prejudiciais, ao perpetuar a visão de que as mulheres são menos capazes ou menos informadas que os homens.
Esse comportamento sugere que a liderança é um espaço naturalmente dominado pelos homens, o que pode influenciar negativamente a forma como as mulheres são entendidas em posições de liderança. Como resultado, mulheres líderes podem enfrentar mais resistência e desconfiança nas suas competências, dificultando ainda mais a sua jornada de liderança.
O mansplaining é um problema sério que afeta não apenas as mulheres em posições de liderança, mas também toda a sociedade. Ao fragilizar a auto-estima e ao desencorajar a participação ativa das mulheres nos papeis de liderança, está-se a reforçar estereótipos de género negativos, o que prejudica a construção de um ambiente verdadeiramente igualitário e inclusivo.
Para promover a liderança feminina e garantir que as mulheres alcancem todo o seu potencial de liderança, é essencial combater o mansplaining por meio da consciencialização, da educação e da promoção de ambientes de trabalho mais respeitosos e igualitários.
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