Aí pode ler-se que «o fator idade é dos que mais pesa no momento de escolher um dos diferentes candidatos ideais para ocupar uma função nova ou em aberto», sendo que «também não é novidade que, aos dias de hoje, os trabalhadores mais velhos continuam a ver oportunidades negadas apenas pelos anos que têm de vida». Mais: «Perpetuar este tipo de decisões significa limitar o sucesso de qualquer empresa. Independentemente da área ou indústria em causa, a diversidade é um fator-chave para gerar ideias e abordagens conscientes, baseadas em diferentes pontos de vista e experiências.
É certo que, por norma, sim, contratar alguém mais velho pode ter alguns inconvenientes, como custos mais elevados com a saúde ou incapacidade de se manter atualizado em termos de desenvolvimentos tecnológicos. No entanto, estes fatores dependem do trabalhador em si. Há colaboradores que, com 30 anos, são obesos e têm diabetes, enquanto outros, com mais de 50 anos, são saudáveis e não têm quaisquer problemas relacionados com a idade. Além disso, as competências tecnológicas podem ser ensinadas.»
Ao contratar uma mão-de-obra diversificada, que inclui trabalhadores de diferentes gerações, as empresas ganham vantagem sobre a concorrência. Em equipas diversificadas apresentam-se pontos de vista diferentes sobre os problemas e desafios, o que ajuda a alargar o espectro de possíveis soluções e inovações.
O facto de terem muito mais anos de experiência faz com que estes trabalhadores não necessitem de longos períodos de formação, apenas adaptação às rotinas e processos diários na empresa. Ao contratar uma pessoa mais velha, a empresa pode contar, logo à partida, com alguém pronto a «pôr mãos à obra».
Este pilar divide-se em três outras vantagens. A primeira é que o enquadramento teórico destes trabalhadores é mais abrangente do que o dos colaboradores mais novos, o que pode ser útil na procura de soluções e estratégias. A segunda prende-se com o facto de já terem sido expostos às mais variadas situações e terem assim uma vasta gama de recursos à sua disposição. E por fim, estes trabalhadores são normalmente mais confiantes por estarem na indústria há mais tempo.
Devemos lembrar-nos que estes talentos entraram no mercado de trabalho muito antes de termos smartphones, tablets e wearables, o que significa que estão muito mais acostumados à interação à geração Millennial. Além disso, os trabalhadores mais velhos têm redes de contactos bastante vastas. E estas podem ser bastante úteis, seja para estabelecer uma relação comercial com outra empresa ou para encontrar alguém com uma competência específica para determinado projeto.
Rita Mexia, senior national manager da Kelly para Science&Clinical e manager para Equity@Work, assinala: «Considerar a idade no momento de contratar não é um erro. O erro é fazê-lo sem contextualizar a situação. Qualquer candidato tem as suas limitações, mas existem fatores incontornáveis e outros que, com algum esforço, se conseguem colmatar rapidamente.»
A responsável deixa ainda um conselho às empresas: «Mais experiência significa mais conhecimento, o que se traduz no conjunto de vantagens que são do interesse de qualquer empresa. Por isso, o foco deve sempre estar no valor que qualquer talento pode acrescentar à empresa, não nas responsabilidades que a empresa terá com esse trabalhador.»