Nessun Dorma!
Poucas saudades deixam o ano que passou e aquele que o antecedeu. Mas, no meio das novas regras, hábitos ou restrições, é possível encontrar um ‘lado B’. Discretamente, o nosso trabalho mudou no seu plano físico, ideológico e operacional. E isso interessa-nos a todos.
Se antes picávamos o ponto à entrada e à saída, o novo check-in tornou-se mais simples e feito via e-mail. Hoje, as lideranças estão muito mais focadas em resultados do que nas horas de trabalho registadas pelos sistemas. Se até 2020 persistiu o questionável preconceito de que só era produtivo quem trabalhava muitas horas, a pandemia veio provar que não. Mais do que estar presente, os líderes procuram eficácia, aceitando a metodologia de cada um, e isso beneficia-nos a todos.
Mas as benesses não vêm sós. Para que a nova flexibilidade laboral ajude todos e cada um, líderes e colaboradores partilham agora a responsabilidade de fazer da empresa um local de trabalho saudável. Numa sociedade que deixa de ser rígida em termos de horários, podemos errar ao achar que cada um se ajusta da maneira que se sentir mais cómodo. Só que nem todos conseguimos conciliar, justamente, a vida e o trabalho. É aqui que as empresas têm a responsabilidade acrescida de introduzir boas práticas que facilitem esse equilíbrio. Mas não estão sós. Aos trabalhadores, cabe-lhes a empatia e proatividade para procurar, sugerir e implementar novos hábitos que ajudem todo o ecossistema.
É também a pensar no conceito de união que temos de pensar no futuro. O espaço físico das empresas está a reduzir-se não só física como operacionalmente. A inteligência artificial continua a evoluir e isso significa que muitos sectores — como a banca ou a saúde — estejam em processo de transformação, no qual não sobrará espaço, físico ou operacional, para todos. E é por tudo isto que os resultados importam, agora mais do que nunca.