Levanta-se todas as manhãs e vai trabalhar. De vez em quando, um anúncio de emprego interessante chama a sua atenção, ou repara em alguém na sua área cujo emprego não se importaria de ter. Está a sair-se bem, mas está basicamente a seguir o caminho dos mais conformados na sua empresa.
Ambiciona mais para 2022? Talvez tenha sido influenciado pela tendência da grande demissão ou simplesmente esteja pronto para se focar em objetivos de carreira a longo prazo.
A boa notícia é que o início de um novo ano é a altura certa para reinventar a sua abordagem de carreira. Independentemente da fase de carreira em que esteja, deve sempre saber qual é o seu objetivo final e como é que vai chegar lá. Caso contrário, a sua carreira não terá uma verdadeira direção, e limitar-se-á a reagir a eventos em vez de proativamente criar oportunidades. Felizmente, há uma ferramenta simples que pode ajudá-lo a definir como alcançar o seu derradeiro trabalho de sonho: um mapa pessoal de carreira.
Como qualquer mapa, o seu mapa de carreira traça um caminho para o levar do ponto A ao ponto B. Esse caminho é formado pelas suas ambições e competências. Por exemplo, se quer chegar ao topo da sua profissão rapidamente, o seu mapa de carreira deve mostrar-lhe o caminho mais rápido para lá chegar. Se, por outro lado, estiver mais interessado em ter uma série de experiências enriquecedoras ao longo do caminho, o seu mapa de carreira deverá refletir esse desejo.
O primeiro passo, e o mais importante, é definir o seu objetivo final de carreira. Quer chegar à gestão? Prefere tornar-se um especialista reconhecido na sua área? Ou pretende mudar para uma área totalmente diferente?
Depois de definir o seu objetivo de carreira, analise os seus pontos fortes e perceba se estão em linha com esse objetivo. Como refere Jane Porter no seu artigo “How to Make a Career Map That Actually Works” publicado na Fast Company, tirar partido das suas qualidades vai ajudá-lo a sobressair mais depressa. Se os seus pontos fortes não forem relevantes para o seu objetivo, procure um objetivo que lhe permita usá-los. Por exemplo, se é um designer júnior numa agência de publicidade, mas o seu verdadeiro talento é a comunicação e a estratégia, dará um excelente gestor de contas.
Em seguida, identifique tudo o que precisa de alcançar entre o momento presente e o seu objetivo final. Que cargos é que vai ter de ocupar? Quais as competências e/ou qualificações necessárias? É uma simples subida vertical na hierarquia, ou será mais benéfico fazer mudanças laterais para ganhar uma maior experiência? Investigue minuciosamente cada questão e faça anotações no seu percurso ideal.
Perceba se algum dos seus objetivos de vida poderá ter um impacto positivo ou negativo na sua carreira. Quer ter filhos? Que trabalhar no estrangeiro? Não descure os objetivos pessoais e o modo como estes se relacionam com os objetivos profissionais.
Anote a sua posição atual, bem como o seu objetivo de carreira. Desenhe uma seta entre os dois. Depois aponte todos os passos que terá de dar ao longo do caminho.
Usando o exemplo anterior, imaginemos que decidiu seguir o caminho da gestão de contas e que eventualmente sobe ao cargo de diretor comercial numa das maiores agências internacionais. Está interessado em trabalhar no estrangeiro e também gostaria de ter filhos nos próximos cinco anos.
Um mapa de carreira lógico seria falar primeiro com o seu atual empregador – que conhece os seus pontos fortes – sobre a transição para a área da gestão de contas. A partir daí, gerir eficazmente uma série de projetos de grande importância impulsioná-lo-á eventualmente para o cargo de gestor de contas sénior. Esta será a altura certa para mudar para uma grande agência internacional e/ou trabalhar no estrangeiro durante algum tempo. No entanto, também pode ficar na empresa e subir ainda mais na hierarquia para chegar a gestor de topo e depois a diretor, e daí dar o passo para uma agência internacional se ainda o ambicionar.
Pense no seu mapa de carreira como o seu GPS profissional. Sabe onde está, onde quer estar e como lá chegar. E, tal como um GPS, é flexível e pode corrigir a rota quando necessário, uma vez que podem acontecer coisas boas e más que podem influenciar o seu caminho. No exemplo anterior, ter um filho poderá influenciar a sua velocidade de progressão ou até a sua disponibilidade para trabalhar no estrangeiro. No entanto, se o seu objetivo de carreira continuar a ser o mesmo, deverá sempre voltar ao seu mapa de carreira para planear um trajeto mais adequado.
Têm sido dois anos difíceis para todos e, compreensivamente, muitas pessoas suspenderam momentaneamente os seus objetivos de carreira, ou relegaram-nos para segundo plano. À medida que o novo ano se aproxima, porque não criar um mapa de carreira e reavivar as suas ambições?