O ‘quiet firing’ (demissão passiva) descreve uma situação em que um empregador ou chefia se esquiva das suas obrigações, ou seja, não presta um apoio e uma orientação adequados e basicamente “desliga-se” de um colaborador na tentativa de que este perca a esperança e se demita.
De acordo com a Dra. Ella F. Washington – psicóloga organizacional e fundadora e CEO da Ellavate Solutions, citada no artigo - este é um sintoma de uma liderança fraca e geralmente ocorre quando um gestor não quer ter uma conversa difícil ou resolver questões fundamentais de trabalho.
Se já esteve numa posição em que se sentiu ignorado pelo seu chefe? Ou sentiu que era a pessoa que ficava sempre para trás em projetos ou na promoção do crescimento profissional ao ponto de simplesmente ter desistido? Então é provável que tenha sido vítima do ‘quiet firing’.
Na era do trabalho híbrido e remoto, é mais fácil do que nunca os gestores se “desligarem” das suas equipas. Isso pode fazer com que um colaborador remoto se sinta desvalorizado e isolado, enquanto tenta perceber porque é que o chefe o ignora ou o/a trata com frieza. Nem sempre é um esforço consciente por parte do gestor, e também pode ser um sintoma de inaptidão ou impreparação para a liderança remota.
Embora a responsabilidade seja dos gestores (que deveriam lidar com os problemas mal estes surjam), os colaboradores podem tentar evitar uma situação de ‘quiet firing’ se identificarem os sinais. Talvez tenham sido sistematicamente preteridos para um aumento salarial ou para uma promoção. Talvez tenham reparado que a chefia os vê como parte da mobília e que nunca fala sobre o desenvolvimento ou sobre os próximos passos de carreira. Neste caso, uma conversa e um pedido direto de feedback podem servir de alerta para o facto de este estar a negligenciar um recurso valioso. Clarifique as suas ambições e necessidades – se, mesmo assim, chegar a um impasse, pondere escalar a situação para os RH.
O apoio e aconselhamento regulares a gestores de pessoas pode ajudar a dar-lhes as competências necessárias para evitar uma situação de ‘quiet firing’. Esse apoio inclui ter alguém com quem os gestores possam falar sobre os desafios de desempenho. Ainda que alguns possam sentir que o ‘quiet firing’ é uma das formas menos prejudiciais de abrir mão de um “colaborador desafiante”, pode conduzir a reações extremamente negativas e influenciar a capacidade de uma empresa para atrair e reter talento no futuro. A lição a tirar aqui é que assobiar para o lado nunca é uma boa forma de gerir o desempenho dos colaboradores.
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