Portugueses são os que mais valorizam o propósito do trabalho  

Pessoas - Eco • dez. 02, 2022

No entanto, quase 40% dos trabalhadores portugueses inquiridos assume ainda não ter encontrado esse propósito, uma percentagem muito superior à média europeia.

Portugal é o país da Europa onde mais se valoriza o propósito do trabalho que se desempenha diariamente. No entanto, quase 40% assume não se sentir concretizado nesse campo, uma percentagem muito superior à média europeia, revela o estudo “European Work Voices 2022”, realizado pela consultora de recursos humanos Kelly.


“Este estudo ganha especial pertinência no contexto em que vivemos hoje. O objetivo é perceber qual é o estado do mundo do trabalho num momento de imprevisibilidade causado pela pandemia, pela instabilidade económica e também pela crescente preocupação com assuntos relacionados com a justiça social. Traz, assim, uma visão importante daquilo que é o futuro do mundo do trabalho e permite traçar uma perspetiva daquelas que serão as exigências dos colaboradores, servindo simultaneamente de ponto de partida para a forma como as empresas podem ajustar-se para manter a motivação das suas equipas”, comenta Vanda Brito, diretora de recursos humanos da Kelly Portugal.


"Num momento em que assistimos a uma dificuldade na retenção de talento, este estudo permite conhecer a realidade portuguesa, mas também de que forma é que esta se relaciona com a realidade europeia. Pode, deste modo, fornecer insights valiosos para cativar as pessoas”, acrescenta a gestora de pessoas, citada em comunicado.


Os resultados do inquérito — que foi realizado a uma amostra de mais e 5.600 inquiridos, de oito países diferentes e a trabalhar em 15 indústrias distintas, sendo que a amostra em Portugal foi de 1.530 trabalhadores — revelam que o propósito associado ao trabalho é um parâmetro crucial para os portugueses, encontrando-se acima da média global de valorização deste aspeto. À pergunta “Qual o grau de importância do propósito no trabalhado, numa escala de 1 a 10?”, os portugueses apresentaram uma média de resposta de 9,1, enquanto a média europeia se fixou nos 8,8.


É também possível perceber que Portugal se encontra muito abaixo da média global (71%) no que toca a encontrar este propósito. Dados mais preocupantes revelam que, nas idades compreendidas entre os 55 e os 64 anos, apenas cerca de metade dos colaboradores conseguem sentir algum propósito do seu trabalho.


Como oportunidades de melhoria no sentido de criar um sentimento mais robusto de concretização laboral, os portugueses inquiridos referem a “valorização dos trabalhadores“, a “criação de oportunidades para trabalhar com outras equipas” e o “envolvimento em projetos fora da área de especialização“.


O desenvolvimento pessoal e a conexão com os outros são duas das áreas mais importantes, cujos resultados em Portugal estão alinhados com a média global. Contudo, nas áreas de apoio às pessoas e à comunidade e de empoderamento derivado do trabalho, Portugal verifica percentagens significativamente abaixo média europeia.


‘Job hopping’

No que toca ao futuro do trabalho, os portugueses são os mais otimistas, apresentando uma maior confiança na progressão da sua carreira do que a média global. Numa escala de um a 10, a média portuguesa é de 6,3, contrastando com a média europeia de 5,9.


Contudo, é em Portugal onde se encontra uma maior probabilidade de trocar de trabalho nos próximos 12 meses. Questionados sobre a probabilidade de mudar de emprego no próximo ano, a média nacional é de 6,2, superando a média europeia, de 6.


Existe, ainda, uma grande consciencialização acerca da importância de novas competências para o futuro: para os portugueses, é inevitável desenvolver novas capacidades, tanto humanas como técnicas, das quais se destacam a inteligência emocional e a literacia digital, respetivamente. A visão nacional está alinhada com as perspetivas europeias. Os inquiridos consideram a inteligência emocional, a literacia digital e as skills tecnológicas como os principais requisitos do futuro do trabalho.


Teletrabalho confirma impacto positivo no bem-estar

O estudo da Kelly revela ainda que o teletrabalho é um tópico emergente: 36% dos portugueses trabalham parcialmente a partir de casa, sobretudo na faixa etária entre os 25 e os 34 anos e em regime de freelancer. Além disto, em geral, os portugueses afirmam que o teletrabalho impactou positivamente a sua capacidade de equilibrar a vida profissional e a vida pessoal. No caso das mulheres portuguesas inquiridas, 71% admitem terem sentido que este equilíbrio melhorou significativamente graças ao trabalho remoto.


Questionados sobre o impacto do teletrabalho nas suas vidas, os portugueses destacam, à semelhança dos outros países europeus, um maior work-life balance, relaxamento e felicidade e, por fim, maiores níveis de concentração e trabalho feito de forma eficaz. No que diz respeito a oportunidades de melhoria, os inquiridos apontam a necessidade de maior feedback ao seu trabalho, o acesso a ferramentas e tecnologias adequadas ao teletrabalho e, por fim, uma consciencialização superior para respeitar os horários de trabalho.


Mais de metade dos portugueses já sofreram discriminação laboral

No último pilar de análise do estudo “European Work Voices 2022” estudaram-se os níveis de discriminação no contexto laboral. Os dados demonstram que 55% dos inquiridos em Portugal já se viram confrontados com discriminação no local de trabalho, um valor ligeiramente acima da média global (52%).


Entre as diferentes formas de discriminação, as mais comuns estão relacionadas com a idade e com o status laboral, havendo portugueses a assumir que “não foram considerados para um determinado cargo, dentro da mesma empresa, pelo cargo que desempenhavam na altura da candidatura”.


No futuro, as pessoas que já passaram por algum tipo de discriminação no trabalho acreditam que seja possível combater este tipo de barreiras através de conversas mais honestas com as equipas, processos de recrutamento mais justos, maior aposta em culturas organizacionais com base na diversidade, equidade e inclusão, maior diversidade aos níveis de liderança e, ainda, a criação de grupos de colaboradores liderados pelos próprios.



Artigo publicado por: Pessoas by Eco

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