O universo dos Recursos Humanos mudou significativamente nos últimos anos. O despontar do trabalho remoto, a flexibilidade no trabalho, pacotes de benefícios para colaboradores, escassez de talentos, a semana de quatro dias de trabalho, entre outros, trouxeram uma nova dinâmica e desafios para o mundo do trabalho e das empresas. E o que podemos esperar para esta nova temporada pós-férias?
O impacto no trabalho proveniente da constante evolução tecnológica e da inteligência artificial é uma realidade, sendo inevitável que, gradualmente, alguns postos de trabalho ou tarefas desapareçam, sendo transferidas para a responsabilidade de um qualquer robô ou software. Tal implicará uma redefinição de tarefas e/ou carreiras, para as quais eventualmente as pessoas não estão preparadas.
Por essa razão, formação, upskilling ou reskilling assumirão cada vez maior importância nos próximos tempos. Nesta fase de definição dos orçamentos para o ano que se avizinha, as empresas não podem perder a oportunidade de reforçar este investimento. Um diagnóstico de necessidades adequado e a atualização dos planos de desenvolvimento de carreiras servirão de base à requalificação dos seus talentos.
Adicionalmente, nos próximos tempos, continuaremos a debater o êxodo de jovens talentos para o estrangeiro, reflexo de salários pouco atrativos, carga fiscal elevada e muita incerteza.
Segundo um estudo do Pordata, em média, os jovens portugueses vivem com os pais até aos 30 anos, sendo que 6 em cada 10 jovens têm vínculos precários. Apesar de termos jovens cada vez mais qualificados, o desemprego, os baixos salários e a dificuldade no acesso à habitação obrigam muitos a emigrar para conseguir maior independência e um futuro melhor.
Vivemos num mundo incerto e inconstante, pelo que veremos. O que esta rentrée nos espera, mas é certo que formação e retenção de talentos serão temas centrais.