Quando falamos de talento falamos das skills puramente técnicas — as únicas capazes de dar resposta a um mundo que já mudou: 0 streaming substituiu a TV; 0 GPS os mapas e vamos ao banco sem ter de ir ao balcão. O mundo mudou e pede respostas ágeis que só profissionais especializados podem dar. Mas quanto mais especializada é a profissão, mais desafiante é encontrar 0 perfil adequado.
Como chegámos até aqui? No caso de Portugal, houve pouco investimento na formação dos quadros atuais, tanto no público como no privado. A requalificação e 0 upgrade das competências têm de estar nas agendas das organizações. Os profissionais têm de ser, não apenas multifuncionais, hipermultifuncionais. É 0 mercado que 0 exige, tal como a competitividade entre empresas, sectores e países, que será cada vez maior.
A escassez de mão de obra, no entanto, não é exclusiva apenas nas áreas mais especializados. O que nos leva a outra questão: a economia. Crescendo, ela vai exigir — se queremos manter índices de competitividade aceitáveis — uma legislação laborai mais flexível, não apenas na contratação, como também na legalização de “talentos” que importamos. Não estamos a falar em ser menos criteriosos, facilitando abusos. É essencial simplificar processos.
Já para as empresas, é imperativo investir mais na formação dos colaboradores, mas não só. Há que saber escutar e compreender 0 que os motiva a dar 0 seu melhor dentro da organização. Hoje em dia, 0 salário e 0 desenvolvimento de carreira já não são tudo. Cada vez mais fatores como bem-estar, saúde mental e work life balance são decisivos na retenção de talento. E ainda bem, que “é a falar que a gente se entende”.
Fonte: Expresso Economia