Não há governação sem união. Para lá dos consensos políticos, precisamos de uma coesão nacional e dela têm de fazer as empresas, a quem se confia a criação de riqueza e a exportação da marca Portugal.
Às empresas não lhes pode ser pedido, no entanto, que o façam sem condições estruturalmente necessárias para que isso aconteça. Para criar é preciso investir. Para contratar é preciso agilizar. Para incentivar é preciso descomplicar e não asfixiar.
A fórmula para pôr fim à nossa já longa falta de competitividade, não tem de ser tão complexa e o primeiro passo pode ser o alívio da carga fiscal, substituindo-a por incentivos a quem contrata talentos, promove conceitos e ideias, ao mesmo tempo que se criam oportunidades de negócio. A quem o faz ou procura fazer, garantir a flexibilidade laboral que impulsiona um mercado mais livre, ágil e implacável. Às jovens empresas, focadas nas oportunidades, seria útil libertá-las dos encargos com segurança social e garantir-lhes o acesso aos fundos comunitários para que as suas ideias não esbarrem na burocracia e restantes encargos.
De um ponto de vista mais abrangente, às empresas que mostram potencial sustentado deve ser facilitado o acesso ao crédito para que novos projetos se concretizem, sobretudo aqueles que nos podem conferir autonomia e especialização, como o dos microcomponentes ou energia. A necessidade de nos especializarmos é notória e os números macroeconómicos comprovam que a aposta nos setores do turismo, têxtil e calçado não é suficiente.
Mais do que objetivos políticos, precisamos de uma missão nacional. Foi essa a conclusão a que chegou a Alemanha, que só passados dois meses de negociações validou um governo de coligação que colocou o interesse nacional acima do seu mediatismo.
Antes de prometer, compreender.
Antes de decidir, planear.
Antes de governar, unir.