Nos Estados Unidos, em abril, quatro milhões de americanos — 2,7% dos trabalhadores ativos — deixaram os seus empregos, um recorde no que toca a demissões, apenas ultrapassado pelos números registados em 2000. A nível mundial, os números são também bastante expressivos: 41% dos profissionais estão a considerar deixar o seu emprego atual, revela a Microsoft.
Está preparado para segurar o seu talento? Sabe que estratégias vai implementar na sua empresa?
A escuta ativa é fundamental em qualquer empresa. Para o gestor, há sempre oportunidade para melhorar o relacionamento e o desempenho das equipas e esclarecer as dúvidas dos colaboradores, o que minimiza os conflitos presentes na rotina da empresa.
“Trata-se de uma ferramenta na qual realmente e verdadeiramente vale a pena investir, pois assim haverá uma melhora significativa nas relações interpessoais estabelecidas na organização, bem como no alcance dos seus resultados”, afirma.
“Sempre e quando estejam as alinhadas com a estratégia da empresa, adapte-se rapidamente às necessidades dos seus colaboradores”, aconselha Pedro Lacerda, acrescentando que esta adaptação tem três pilares essenciais.
Em primeiro lugar, uma “verdadeira cultura corporativa”, onde se vivam constantemente os valores da
empresa; em segundo lugar o “trabalho contínuo no conceito de well being”; e, finalmente, uma “política de comunicação interativa e de ‘porta aberta'”.
“Mais do que nunca, as funções empresariais deixam de ser estanques e específicas a um determinado tipo de conhecimento e passam, cada vez mais, a ter uma necessidade de gestão global. E, nesse sentido, a necessidade de upskill e reskill é muito fomentada pela participação em projetos corporativos”, refere o líder da empresa de recrutamento, defendendo que é benéfico alocar o talento a projetos de várias índoles de gestão dentro da empresa.
Se já estava a ganhar peso, com a pandemia, o salário emocional foi trazido, novamente, para o centro das atenções das empresas. Benefícios de saúde, que extrapolam o colaborador e abrangem a sua família ou até os seus animais de estimação, bónus e incentivos vários, regalias que vão desde cabazes de fruta a cheque para ginásio ou medidas cada vez mais flexíveis, que se adaptam e personalizam consoante as necessidades de cada colaborador, são fatores cada vez mais importantes e que podem ser determinantes na decisão dos profissionais.
“A importância e peso do salário tem vindo a perder a peso ‘do mais importante no trabalho’, sendo esta perda de peso compensada com um aumento dos benefícios, o chamado salário emocional. Esta década será um tema chave para todas as empresas que queiram estar no topo do ranking de ‘best places to work’.”
Não se trata de um tema puramente romântico, é uma uma estratégia que “tem de estar permanente na agenda de CEO e diretores de recursos humanos”. Potenciar a felicidade na organização é, também, potenciar o talento existente.
“Os riscos psicossociais representam um dos maiores riscos à saúde física e mental do trabalhador, podendo levar à ansiedade, burnout ou depressão. A sua avaliação está prevista na lei, sendo a identificação desses fatores e o controlo e/ou eliminação dos mesmos fulcral para uma organização saudável e feliz”, considera o CEO da Kelly Services Portugal.