Boas perspetivas de emprego  

Entrevista a Miguel Guedes, consultor RH Sénior, Recrutamento Especializado da Kelly • jul. 16, 2021

Engenharias, gestão industrial ou informática são áreas que revelam elevada taxa de empregabilidade. Mas existem vários cursos com muita procura no mercado nacional, como Marketing, Finanças, Economia, entre outros.


Todos os cursos são importantes e contribuem para desenvolver a nossa sociedade. Existem, todavia, cursos com mais “saídas” do que outros. Assim, quisemos saber quais são as áreas em Portugal que têm maior taxa de empregabilidade e contactámos a Kelly Services, importante empresa global de recrutamento e sourcing. Quem respondeu às nossas questões foi Miguel Guedes, consultor RH Sénior I Recrutamento Especializado da Kelly.

Face ao vosso conhecimento do mercado, que licenciaturas e mestrados aconselharia aos estudantes que vão agora ingressar no ensino superior?

Quais são as áreas em que existe mais oferta de emprego? De acordo com as mais recentes estatísticas portuguesas e no que tem sido também a nossa experiência na Kelly Services a este nível, destacaria alguns cursos que atualmente apresentam maior taxa de saída profissional, tais como: Engenharia Eletrotécnica, Mecânica, Civil, Gestão Industrial, e, claro. Informática (hardware e software). Assim como cursos nas áreas de Marketing, Marketing Digital, Indústria Farmacêutica, Medicina, Enfermagem, Economia, Finanças, Contabilidade e Bioquímica, como sendo as opções atualmente com maior taxa de empregabilidade no nosso país, seja ao nível de licenciaturas e mestrados integrados. Os restantes cursos no portal InfoCursos apresentam alguma taxa de desemprego (0,3% - 0,5%).

Um estudante, após terminar a licenciatura, deve prosseguir a sua formação e fazer um mestrado ou uma pós-graduação? Do meu ponto de vista, terminar uma licenciatura não é garantia de êxito profissional.

Por isso, independentemente de qual seja a decisão tomada, seja a de prosseguir os estudos ou integrar o mundo de trabalho, o importante é fazer-se a diferença para não ser mais um no mercado de trabalho. Face ao momento sem paralelo que vivemos e ao mercado cada vez mais competitivo, concluir uma licenciatura não tem de ser o fim do percurso académico. E não tem de passar inevitavelmente por um mestrado. No entanto, é inevitável hoje não nos depararmos com uma nova realidade. Muitos jovens europeus optam por tirar um ano sabático para viajar antes de começar a carreira profissional. Outros começam por trabalhar como trainees antes de se comprometerem com uma empresa.

Há, no entanto, prós e contras nas duas hipóteses. Na primeira opção, faz-se um intervalo no qual haverá a possibilidade de aprender novas línguas, novas culturas, realizar alguns cursos, e nesse intervalo de tempo até é possível que se consiga oportunidades de emprego com as quais não se contava. No que diz respeito à segunda opção, de ir logo trabalhar a seguir a uma licenciatura, por vezes permite perceber se este é o caminho que se pretende seguir profissionalmente e onde uma pessoa se vê a construir uma carreira nos anos seguintes. Então, com base na experiência de cada um, será feita uma escolha de qual o mestrado ou pós-graduação que melhor se adequa ao próprio!

Hoje, com os cursos no formato pós-Bolonha...

...neste contexto naturalmente a licenciatura apenas em si perdeu robustez. A recomendação passa pela aposta na formação contínua e seguir assim a licenciatura com um mestrado, pós-graduação ou similar ao mesmo tempo que se integra o mercado de trabalho. Quanto ao MBA, se deve ou não ser o passo seguinte, sou da opinião que este passo apenas deve ser dado após haver uma experiência profissional de base sólida.

De que forma o mercado de trabalho mudou com a pandemia?

Estamos perante aquela que é, até à data, a maior crise do século XXI. Falamos de dois dos maiores desafios da nossa história moderna: a batalha contra uma pandemia; e a adaptação a um mundo novo que estará perante nós. Independentemente de qual seja o setor de atividade, o impacto da covid-19 é inegável e é visível na taxa de desemprego, nas desigualdades crescentes, na recessão económica e até no equilíbrio individual e familiar de cada um.

Creio ser seguro dizer que o mundo do trabalho como o conhecíamos não vai voltar ao normal e, por isso, terá de ser criado um novo normal que a médio prazo será melhor, mas que a curto prazo implicará enormes desafios para todos.

De repente, home office passou a ser uma palavra da moda. Esta pandemia impôs uma mudança sem precedentes na forma como trabalhamos, aprendemos, socializamos e vivemos. O mesmo é dizer que esta pandemia acelerou exponencialmente algumas tendências que estavam a começar a emergir na sociedade, sobretudo as tendências de trabalho, como a questão do teletrabalho e da flexibilidade laborai. Por outras palavras, milhares de trabalhadores foram obrigados, de um dia para o outro, a exercer as suas funções em contexto doméstico, estimulando mais ainda o desenvolvimento tecnológico nas infraestruturas de rede nas mais variadas empresas.

Penso que, atualmente, caminhamos a passos largos na direção de um mercado laboral cada vez mais digital!

E o que vão fazer as empresas?

Vão continuar a apostar fortemente na tecnologia, o que em alguns setores permitirá um enorme avanço da robotização do trabalho e da inteligência artificial substituindo assim muito do trabalho que ainda é executado pelos humanos. À medida que a evolução tecnológica o permita, cada vez mais os processos serão otimizados, a burocracia associada a processos ineficientes vai ser eliminada, visto que podem facilmente ser digitalizados ou geridos de forma mais automatizada e com menos intervenção humana. O desafio fica agora do lado dos RH. Como irão conseguir manter a base cultural, o ADN de uma empresa, a cultura, os valores e os laços sociais nesta nova realidade social!


Do meu ponto de vista, terminar uma licenciatura não é garantia de êxito profissional Por isso (...) o importante é fazer-se a diferença para não ser mais um no mercado de trabalho.


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