O ano passado transformou-se num curso intensivo sobre a importância da aprendizagem ao longo da vida.
Há pouco mais de um ano, quando pensávamos que a pandemia duraria apenas três semanas (que pensamento naïve), tivemos uma amostra dos avanços tecnológicos: os smartphones tornaram-se os nossos melhores amigos, enquanto o TikTok e as noites de jogos virtuais se tornaram nos nossos mecanismos para enfrentar a nova realidade. Fomos forçados a tornar-nos mais ágeis e resilientes diante de um aumento de 73% na dinâmica do trabalho remoto. A comunicação ocorreu inteiramente de forma online, enquanto a aprendizagem foi mantida em salas de aula virtuais. Agora que estamos a retornar gradualmente para os escritórios, será que temos de nos manter atualizados tecnologicamente e adquirir as competências mais procuradas? A menos que seja uma máquina em constante atualização, a resposta é: sim.
Tivemos a experiência em primeira mão de como o mundo do trabalho pode ser imprevisível. Nos últimos 15 anos, assistimos ao desenvolvimento de machine-learning, comunicação inteligente e novas tecnologias de autonomia de baterias. Como serão os próximos 15 ou 20 anos? A ideia de que o seu grau académico determinará todas as suas futuras funções, já não é aplicável. É claro que existem exceções, como, por exemplo, um médico, cujo sonho de infância é realizado sempre que veste a sua bata, mas para muitos este não é o caso.
A inteligência artificial ameaça reformular o cenário dos negócios como o conhecemos. As funções de administrador estão cada vez mais a serem descartadas. Um mundo em evolução deverá espelhar o funcionamento interno de uma organização. No entanto, dispensar membros da equipa devido às skills apresentarem-se abaixo da média, é um desperdício de recursos valiosos.
Em vez disso, as empresas devem concentrar-se na qualificação e requalificação da equipa existente. Porquê?
Aumentar a produtividade: as oportunidades de desenvolvimento e crescimento são fortes incentivos a oferecer à sua força de trabalho. De acordo com Gallup, unidades de negócio com um engagement elevado, têm um aumento de 17% na produtividade – estes membros da equipa têm mais oportunidades de progressão de carreira. Não só serão mais felizes nas suas funções, como também serão mais produtivos!
A Pesquisa Mellennial 2020 da Deloitte descobriu que a maioria dos Millennials preferem trabalhar com empresas que oferecem programas de qualificação e requalificação, pois encaram como uma oportunidade de progressão rápida na empresa. Oportunidades de aperfeiçoamento estimulam o crescimento pessoal da equipa. Além disso, nenhum profissional ambiciona trabalhar numa empresa que não investe no desenvolvimento de carreira dos seus colaboradores.
Criar uma cultura de aprendizagem: Permite que os funcionários diversifiquem as suas skills e adotem novas ideias, conceitos e avanços tecnológicos na sua forma de trabalhar. Simultaneamente, a evolução das skills existentes incentiva o preenchimento das lacunas de género e idade. O treino deverá ser aceite por toda a empresa, incluindo executivos. A menos que toda a empresa valorize a aprendizagem, como podemos esperar que os colaboradores o façam? Em adição, tudo isso auxiliará na criação de uma cultura empresarial inovadora.
O Upskilling pode ser algo pequeno, como aprender uma nova solução de tecnologia. Ou pode fazer parte de um esforço maior, como incorporar skills de IA (Inteligência Artificial) nas tarefas diárias de um colaborador. Às vezes a taxa de mudança é tão grande que as competências, para acompanhar, devem ser também ser atualizadas. Este movimento não só ajudará a preencher lacunas de novas skills, mas representará também uma cultura de apoio aos colaboradores pela organizações. A requalificação também ajuda as empresas a manterem atualizado o conhecimento institucional, que nem sempre pode ser ensinado com tanta facilidade. As empresas precisam de se focar mais nos cargos que serão criados como resultado da rápida evolução tecnológica, em vez e se focarem apenas nas funções que estão disponíveis no momento.
E a sua empresa, está preparada para a evolução tecnológica que está para vir?